O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de incapacidade a longo prazo, podendo levar a sequelas com variados graus de deficiência. No Brasil, por exemplo, o AVC figura como a principal causa de incapacidade.
Os sinais e sintomas neurológicos decorrentes de um AVC são variáveis, sendo frequentes as alterações motoras, sensoriais, visuais, de comunicação, dentre outras. O comprometimento do equilíbrio também pode ocorrer, interferindo nas atividades de vida diária e na marcha, além de representar um importante risco para quedas. Sendo assim, a reabilitação é essencial para que o indivíduo tenha a possibilidade de retomar ou aprimorar sua funcionalidade e independência.
A Fisioterapia após AVC faz parte do processo de reabilitação, visando a estimulação da neuroplasticidade, que é a capacidade do sistema nervoso de reorganizar-se e formar novas conexões neuronais.
Dentre as diversas abordagens utilizadas pela fisioterapia, destacam-se os exercícios terapêuticos, que podem incluir atividades de fortalecimento muscular, alongamentos, treino de marcha, exercícios de equilíbrio e coordenação. Técnicas e recursos específicos são frequentemente empregados para otimizar a função motora e aprimorar a funcionalidade geral do paciente.
A intervenção precoce é crucial para o sucesso da reabilitação, sendo ideal que o paciente inicie o tratamento fisioterapêutico o quanto antes. O envolvimento da família e dos cuidadores no processo de reabilitação também é fundamental, pois eles podem auxiliar na continuidade das atividades terapêuticas e fornecer o apoio necessário.
Além disso, é importante que a reabilitação seja personalizada e adaptada às necessidades individuais de cada paciente, considerando suas capacidades, limitações e objetivos. A avaliação contínua do progresso e a atualização dos planos de tratamento ao longo do processo terapêutico são essenciais para garantir que a reabilitação esteja alinhada com as necessidades do paciente.
Em resumo, a fisioterapia para quem teve AVC isquêmico ou hemorrágico representa um papel vital na reabilitação, contribuindo para a recuperação da funcionalidade, a melhora da qualidade de vida e a promoção da independência. Por meio de intervenções diversificadas e personalizadas, a fisioterapia busca maximizar o potencial de recuperação e minimizar as sequelas decorrentes do AVC, oferecendo aos pacientes uma chance de reconstruir suas vidas com maior autonomia e bem-estar.
REFERÊNCIAS:
- Belagaje SR. Stroke Rehabilitation. Continuum (Minneap Minn). 2017 Feb; 23(1, Cerebrovascular Disease):238-253. doi: 10.1212/CON.0000000000000423.
- Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes de atenção à reabilitação da pessoa com Acidente Vascular Cerebral. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2013.
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