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PAPEL DA FISIOTERAPIA NAS DOENÇAS PROGRESSIVAS

A fisioterapia desempenha um papel essencial no manejo de doenças progressivas, sendo uma abordagem terapêutica fundamental para melhorar a qualidade de vida e prolongar a funcionalidade dos pacientes.



Fisioterapeuta andando com o seu paciente no quintal de casa


Doenças progressivas, como a esclerose múltipla, doença de Parkinson, esclerose lateral amiotrófica (ELA), distrofias musculares e outras condições neurodegenerativas ou musculoesqueléticas, caracterizam-se por uma deterioração gradual das capacidades motoras, cognitivas e funcionais ao longo do tempo. Embora essas condições ainda não tenham cura, a fisioterapia oferece um conjunto de intervenções que visam não apenas retardar os efeitos negativos, mas também manter a independência e promover o bem-estar do paciente.


1. Manutenção da funcionalidade nas doenças progressivas

A fisioterapia desempenha um papel essencial no manejo de doenças progressivas, sendo uma abordagem terapêutica fundamental para melhorar a qualidade de vida e prolongar a funcionalidade dos pacientes. Por meio de exercícios específicos que trabalham a força muscular, a flexibilidade e a coordenação, o fisioterapeuta ajuda o paciente a preservar as habilidades motoras que são essenciais para as atividades diárias, como caminhar, vestir-se, alimentar-se e outras tarefas básicas. Mesmo em fases avançadas da doença, a fisioterapia pode ajudar a otimizar o movimento, permitindo que o paciente mantenha um nível funcional adaptado à sua condição.


2. Prevenção de Complicações Secundárias

Além de lidar diretamente com os sintomas da doença, a fisioterapia tem uma função crucial na prevenção de complicações secundárias, como contraturas, deformidades articulares, úlceras de pressão e problemas respiratórios. Ao estimular a mobilidade e promover o movimento, o fisioterapeuta ajuda a evitar o desenvolvimento de rigidez nas articulações e atrofia muscular, que frequentemente surgem devido à imobilidade prolongada. Em pacientes com doenças neurodegenerativas, a fisioterapia respiratória pode ser introduzida para prevenir complicações pulmonares e melhorar a função respiratória, especialmente em fases mais avançadas da condição.


3. Melhora do Equilíbrio e Prevenção de Quedas

Pacientes com doenças progressivas geralmente enfrentam dificuldades relacionadas ao equilíbrio e à coordenação motora, o que aumenta significativamente o risco de quedas. As quedas podem resultar em fraturas e outras lesões graves, impactando negativamente a qualidade de vida do paciente. A fisioterapia nas doenças progressivas, por meio de exercícios específicos de equilíbrio e estabilidade, ajuda a melhorar o controle postural e a confiança no movimento, reduzindo o risco de quedas. O fisioterapeuta também pode orientar o uso de dispositivos auxiliares, como andadores ou bengalas, quando necessário, promovendo a segurança do paciente em suas atividades diárias.


4. Alívio de Sintomas

Além de trabalhar a funcionalidade, a fisioterapia também é eficaz no alívio de sintomas como dores musculares, rigidez, espasmos e cãibras, que são frequentes em doenças progressivas. A utilização de técnicas de alongamento, massagens terapêuticas, eletroterapia e outros métodos fisioterapêuticos ajuda a reduzir o desconforto e melhorar a qualidade do movimento. Esse alívio sintomático é essencial para o bem-estar físico e emocional do paciente, que pode, assim, se sentir mais confortável e engajado nas atividades de reabilitação e na vida cotidiana.


5. Promoção da Autonomia e Independência

A manutenção da autonomia é um aspecto central do tratamento fisioterapêutico em doenças progressivas. A perda de independência para realizar atividades básicas, como caminhar ou se alimentar, é uma das maiores preocupações dos pacientes e suas famílias. A fisioterapia visa, portanto, maximizar a independência funcional por meio de intervenções personalizadas. O fisioterapeuta trabalha de forma individualizada com cada paciente, adaptando as sessões de acordo com o estágio da doença e as capacidades físicas, para que o paciente possa continuar realizando o maior número possível de atividades de forma autônoma. Além disso, a fisioterapia auxilia na adaptação a novos modos de realizar essas atividades, por meio do uso de técnicas compensatórias ou dispositivos de assistência.


6. Estimulação da Neuroplasticidade

Em algumas doenças progressivas, como a esclerose múltipla e a doença de Parkinson, a fisioterapia também desempenha um papel na estimulação da neuroplasticidade, que é a capacidade do cérebro de reorganizar-se em resposta a lesões ou estímulos. Por meio de exercícios específicos que desafiam a coordenação, o equilíbrio e o controle motor, o fisioterapeuta pode contribuir para que o cérebro crie novas conexões neurais, ajudando a compensar as perdas funcionais causadas pela doença. Embora a progressão da doença continue, essa estimulação pode retardar o aparecimento de incapacidades graves e melhorar o controle motor.


7. Impacto Psicológico e Social

Outro benefício importante da fisioterapia é o impacto positivo no bem-estar psicológico e social do paciente. A incapacidade progressiva pode levar ao isolamento social, depressão e perda de autoestima. A fisioterapia, ao proporcionar uma sensação de controle sobre o próprio corpo e melhorias na funcionalidade, pode ajudar a reduzir esses impactos emocionais, encorajando o paciente a se manter ativo e envolvido nas atividades sociais, apesar das limitações impostas pela doença.


Em resumo, a fisioterapia é uma parte fundamental do tratamento de doenças progressivas. Apesar de essas condições apresentarem um quadro de deterioração contínua, a fisioterapia pode ajudar a manter a funcionalidade, prevenir complicações, melhorar a qualidade de vida e promover a independência pelo maior tempo possível, desempenhando um papel central na abordagem integral do paciente com doenças progressivas.

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